Na nova geração do Juke, a Nissan realizou alterações de pormenor, mas que fizeram toda a diferença, conseguindo melhorar alguns pontos e alinhar com o que de melhor existe entre os crossovers compactos, uma classe que surgiu em 2010, "por culpa” do próprio.

Mesmo sem grandes alterações na arquitetura exterior, o Juke consegue contrariar a corrente de que os carros são cada vez mais iguais. Ousado, exclusivo, desportivo, são apenas alguns dos adjetivos que continuam a definir o modelo. 

Novidades no interior

Mais digital
O interior está mais digital, mais tecnológico e com a qualidade de construção e habitabilidade que lhe são reconhecidas. A novidade começa no quadrante, onde a instrumentação abandona a era analógica e passa a ser inteiramente digital. Outro destaque está no topo da consola central, que agora exibe um ecrã tátil de 12,3 polegadas, com boa definição e muito intuitivo em termos de manuseamento. Contudo, mantendo, e muito bem, o conceito mais tradicional, os comandos do rádio continuam a ser físicos, tal como o botão que permite ativar de forma simples a câmara 360º. Na parte inferior da consola, o Juke continua a manter os comandos de climatização manuais.
Botão "mágico"
O volante multifunções permite, de forma simples e rápida, aceder a um vasto leque de funcionalidades. Entre as muitas opções, há uma, com funções "mágicas”, que permite suspender rapidamente os auxiliares de condução pré-configurados, sem ser necessário percorrer os menus do painel de instrumentos.
Tendo plena consciência de que todas as novas ajudas são indiscutivelmente uma mais-valia, por vezes, em utilização citadina — um dos habitats naturais do Juke —, algumas destas tecnologias acabam por ser ocasionalmente dispensáveis.
Igualmente em alta, continua a ser a questão do conforto e habitabilidade. Na frente, os bancos com encosto de cabeça integrado e excelente apoio lateral ainda têm a vantagem de conferir aquele toque mais desportivo.  

Atrás, o acesso continua a ser facilitado pelo facto das portas traseiras abrirem quase num ângulo de 90º. Já instalados, registamos positivamente o espaço disponível para as pernas e para a cabeça, que neste último ponto não foi prejudicado pela linha descendente do tejadilho deste crossover. 

A bagageira, com uma capacidade muito interessante
, continua a ter um plano de carga elevado, o que facilita as operações de carga e descarga. 

Eficácia na Estrada

Sob o capô, prevalece a teoria de que em equipa que ganha não se mexe, e o motor 1.0 DIG-T de 114 cv, turbo, continua a provar estar à altura das exigências. O escalonamento da caixa de seis velocidades continua a revelar um bom compromisso entre resposta e gestão dos consumos, que, mesmo com alguma falta de modéstia no uso do pedal do acelerador ou nas experiências entre os modos de condução: Standart, Eco ou Sport, nunca atingiu os 6,0 litros, em percurso misto. 

O chassis e as ligações ao solo continuam a ser uma referência. Nunca esquecendo que o Juke foi pensado para as aventuras urbanas, quando posto à prova como carro de família, numa viagem mais alargada, também não desilude, seja numa viagem pelas autoestradas do interior ou pelos percursos mais exigentes das rotas de montanha. 

Em qualquer situação, demonstrou a sua versatilidade, conseguindo dar sempre uma resposta à altura, na relação eficácia dinâmica e conforto. 
Importa também referir a direção, sempre precisa e direta, bem como o sistema de travagem, progressivo q.b. e sem demonstrar sinais de fadiga, apesar dos longos quilómetros já percorridos, com carga máxima.

Em resumo, o novo Juke, à semelhança das gerações anteriores, continua competente em todos os aspetos, o que o torna uma escolha óbvia na classe. 

Fica apenas a dúvida: se esta versão 1.0 DIG-T já é entusiasmante, como será o desempenho da versão 1.6 Hybrid de 143 cv e caixa de velocidades automática de sete relações? É o que tentaremos descobrir, em breve, quando tivermos oportunidade de fazer uma nova visita a um dos concessionários Carby Nissan, de Norte a Sul do país.